Bruna Alexandre faz história e se torna a primeira atleta paralímpica brasileira a ser convocada para uma Olimpíada

Uma data histórica para o esporte brasileiro. Bruna Alexandre é a primeira atleta paralímpica brasileira a ser convocada para os Jogos Olímpicos. Bolsista do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, ela está na lista da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) divulgada nesta terça (04/06), e vai representar o Brasil nas Olimpíadas de Paris.

Nos palcos paralímpicos, Bruna tem um currículo repleto de conquistas: medalha de prata no individual dos Jogos de Tóquio 2020 e bronze nos Jogos Rio 2016.; bronze por equipes nas duas edições, e ouro na dupla mista no Mundial de 2022, na Espanha.

Agora, aos 29 anos, ela vai realizar o sonho de disputar uma edição de Olimpíadas. “Eu estou muito feliz pela oportunidade, porque é muito, muito difícil conseguir classificar para a Olimpíada. Eu estou realizando um dos maiores sonhos da minha carreira. Estou muito feliz também de poder representar todas as pessoas com deficiência do nosso país e mostrar que tudo é possível, que uma pessoa com deficiência consegue fazer tudo, que nós somos todos iguais”, comemora Bruna.

Terceira melhor brasileira no ranking olímpico, Bruna hoje está na 173ª posição, atrás das irmãs Takahashi: Bruna (18ª) e Giulia (90ª). Para chegar aos Jogos Olímpicos, foi um longo caminho, que hoje completa 22 anos. “Não foi de um dia para o outro, né? Eu jogo o olímpico desde os meus sete anos de idade, conheci o olímpico primeiro, depois que eu joguei o paralímpico, com 13 anos de idade eu comecei o paralímpico”, conta a catarinense nascida em Criciúma. 

Nessa vitoriosa carreira, Bruna conta com o benefício do Bolsa Atleta desde 2010, com um investimento de mais de R$ 1,6 milhão. Hoje, ela está na categoria Pódio, a mais alta do programa.

É muito importante esse suporte para o atleta conseguir se manter, que às vezes a gente não tem patrocínio, não tem tanto apoio, mas o Ministério do Esporte é um dos maiores incentivadores do esporte brasileiro

Bruna Alexandre, mesatenista

“É muito importante esse suporte para o atleta conseguir se manter, que às vezes a gente não tem patrocínio, não tem tanto apoio, mas o Ministério do Esporte é um dos maiores incentivadores do esporte brasileiro, que ajuda a gente comprar material, a jogar os campeonatos, então ajuda sempre a gente a estar ativo. Isso faz muita diferença”, opina.

Além dos Jogos Olímpicos, Bruna também vai disputar os Jogos Paralímpicos de Paris. Para isso, ela terá uma logística especial: embarca para Paris no dia 15 de julho, disputa os Jogos Olímpicos, que começam no dia 26 de julho e vão até 11 de agosto, e fica direto na França até os Jogos Paralímpicos, que começam no dia 28 de agosto e terminam no dia 8 de setembro. No período entre os dois eventos, Bruna vai treinar na cidade francesa de Troyes.

“Nos Jogos Olímpicos, eu espero conseguir cada vez mais experiência, que também isso me ajuda muito no paralímpico. Eu tenho o sonho de conseguir a medalha de ouro em Paris nos Jogos Paralímpicos, eu vou jogar dupla feminina também, dupla mista e individual, mas em Tóquio eu fiquei com a prata do individual nos Jogos Paralímpicos e eu vou tentar agora o ouro no individual nos Jogos de Paris”, projeta.

Seleção Brasileira

Além de Bruna Alexandre, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa convocou outros sete atletas para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris.

No masculino, teremos Hugo Calderano, Vitor Ishiy, Guilherme Teodoro (com Leonardo Iizuka como reserva); no feminino, as irmãs Bruna e Giulia Takahashi e Bruna Alexandre (com Laura Watanabe na suplência). Bruna Takahashi e Vitor Ishyi também formarão dupla mista.