“O Brasil ainda é o grande produtor de etanol limpo [do mundo]”, disse, embora critique o fato de o país importar “uma parte crescente” do etanol dos Estados Unidos, devido à queda da produção interna do produto.
Pinguelli explica que o etanol americano é produzido a partir do milho, “que emite muito gás carbônico na produção, porque eles [os norte-americanos] não têm bagaço, queimam óleo”. Segundo o diretor da Coppe, também secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), “isso vai na contramão [de uma política ambientalmente correta]”.
Outro fato que, segundo Pinguelli, contribui para um retrato positivo do Brasil na Rio+20, foi o veto parcial da presidenta Dilma Rousseff ao novo Código Florestal. “Tem a ver com mudança climática. É bom. Apesar de não resolver completamente o problema, ele [o veto] sinaliza que o governo não concorda com aquela mudança tão flácida quanto ao controle do desmatamento. Acho que na Rio+20, [o veto parcial ao Código Florestal] vai contar”.
Em outro item de destaque na Rio+20, que é a pobreza, Pinguelli comentou que o Brasil mostra um ponto positivo, que é a ascensão social dos mais pobres. Em função da crise mundial, o diretor do Coppe analisou que ainda não se pode identificar quais serão as contribuições da Rio+20 neste setor.
Mas o país também terá que expôr problemas na Rio+20. Na área da energia limpa, por exemplo, Pinguelli apontou que um dos desafios brasileiros consiste em estabilizar o problema no campo das hidrelétricas. “É muito conflitual”, disse, referindo-se às greves registradas nas usinas em construção na Amazônia. “Isso tem que ter uma equação melhor”.
Já a energia eólica vai bem. “É um lado positivo”, disse, mencionando, porém, que algumas obras estão atrasadas. Em relação à energia solar, foi categórico: “não decolou no Brasil”.